CRESCIJMENTO E SABEDORIA

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ferida Mortal - as emoções

Em um de nossos recentes cursos, tive uma aluna muito especial, eu a conheci a 10 anos atrás, na época ela era cheia de vida, luz, vibrante, seu sorriso era simplesmente cativante, seu modo de falar, seus gestos, sempre mostravam o seu perfil, calmo, tranquilo e acima de tudo positiva.
Na época ela estava apaixonada, e isso já dizia tudo, ela irradiava, ela fazia meus cursos como um suporte, gostava das palestras, das aulas de meditação e outros.
Mas agora Silvia estava muito diferente, com um ar de amargura, um semblante de tristeza, perdera o sorriso e o encanto, um tanto negativa, isolada, tensa, tudo isso me espantou, o que havia acontecido?
Certamente o amor em sua vida não deu certo e ela se fechou, de um jeito que não havia quem penetrasse em seu mundo, a tal ponto que perdeu as oportunidades mais certas para ser feliz.
Naquele dia ela desabafou, esse era o intuito do curso, colocar para fora as dores, e tentar assim chegar perto da ferida para curá-la.
Eu sabia que debaixo daquilo tudo havia aquela Silvia, uma adorável pessoa, no qual você se sente bem ao estar do seu lado.
O trabalho começou bem, ela contou sua odisséia, um emaranhado de encontros e desencontros, uma decidida formula de desamor, ela realmente havia mudado, estava transtornada e irreconhecível.
Como o tempo e as decisões imaturas poderia desconstruir uma beleza intima?
Era simples responder, Silvia colocou para dentro de si toda a amargura, orgulho e dureza, e isso a contaminou, criou raízes.
No dia seguinte, todos deveriam trazer algo para descartar, algo que marcou a sua vida e estava consequentemente a prendendo ao passado e a dor, algo simbólico, mas de forte impacto.
Cada participante trouxe algo íntimo, no qual contava a história do objeto e sua relação emocional, e no final nos iríamos realizar uma dinâmica de desprendimento.
Silvia trouxera uma rosa vermelha, seca pelo tempo, ela tinha dez anos de vida, bem guardada dentro de um pequeno livro de recordações.
Ela mencionou que este seria o seu primeiro ramalhete de flores, e jamais esquecerá disso.
O mais estranho é que ela lembrará-se de tantas coisas, mas infelizmente não foi possível passar por cima do orgulho e dureza, o que eram maiores que suas recordações de amor.
No final nós, descartamos essas coisas simbólicas, ao chegar sua vez ela tutibeou, e com grande choro contido, realizou seu ritual.
A libertação não é algo simples, e não é algo que podemos fazer da boca para fora, ou em apenas um gesto, acredite é algo dificil, algo que pode levar a mais dor, mas necessário.
Seguimos o curso entre outras dezenas de dinâmicas, e durante vários dias.
No final, bem no final, dei um suporte especial a Silvia, mas uma coisa era certa, ela não conseguiria ser a mesma pessoa, levaria um bom tempo para isso.
Ao abrir as portas de seu coração, mergulhe, mas sempre tenha um cuidado especial com você.
Neste instante eu apenas deixo uma reflexão :
Será necessário tanta dor e amargura, ou existe um caminho melhor?
reflita.

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